quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Quando as palavras são a nossa prisão

Viver numa cidade estrangeira é um desafio. Não conhecemos os caminhos, os cheiros, as rotinas, os sítios para jantar ou tratar da papelada (sim, viver na UE é bom mas ainda assim exige burocracia). E Madrid, por mais que esteja aí ao lado, não deixa de ser uma cidade que me exige conhecê-la, assimilá-la todos os dias e tentar torná-la mais "minha". É assim que funciona um bocadinho com o ser humano. Deixamo-nos permeabilizar pelas coisas que nos são estranhas para as tornarmos mais "nossas". Creio que agora percebo melhor os emigrantes, mesmo os mais balofos. "Na França/Suíça/Alemanha é tudo melhor". Não acredito que achem isso. Acredito, sim, que é uma forma de se adaptarem!

Mas imaginem quando não conhecemos a língua. Por mais que o castelhano seja parecido com o português, há sempre expressões que desconhecemos. O meu truque é sempre pensar primeiro em português e seguidamente fazer uma tradução rápida. O pior é que há sempre "falsos amigos" e acabamos a dizer expressões como "tiene una chávena'" com o nosso melhor sotaque, quando queríamos dizer "tiene una taza?".


Imagem retirada deste site

Há dias explicava ao meu chefe, que vive em Portugal, que havia alturas em que me sentia "presa nas palavras". Expliquei-lhe que na universidade tinha aprendido que pensamos com palavras. Segundo essa teoria (cujo nome, confesso, não lembro), a partir do momento em que aprendemos a ler e a escrever, torna-se impossível olhar para uma palavra e não a ler e pensar sem ser com palavras. Mesmo com sonhos dignos de um filme Lars Von Trier, acabamos por associar sempre a imagens uma determinada palavra ou expressão. E eu, que não sou pessoa de falar muito (mentira!), sinto-me tantas vezes presa nos meus pensamentos. As minhas ideias perdem tanto por não conseguir dar um determinado ênfase, emoção, expressão!

Pesquisei sobre expressões idiomáticas e interjeições comuns na Internet e descobri um site interessantíssimo de um americano que decidiu aprender castelhano por sua conta e risco. Encontrei expressões que oiço todos os dias mas cujo momento apropriado de uso ainda me é difícil averiguar. Além do mais, um americano a falar línguas estrangeiras é de desconfiar.

E ei-lo. O meu primeiro post.

Em mensagens futuras irei partilhar algumas das descobertas que faço a cada dia, o restaurante in, a receita TOP de tortilla, a gaffe do dia (sim, já disse coisas como "pêssego") e outros temas que ache interessantes.

Fico à vossa espera!

6 comentários:

  1. Que máximo!! Adoro Madrid, vou adorar seguir o teu blog...
    Excelente iniciativa:)

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  2. Hola Inês! obrigada!
    Tens de nos visitar, então!

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  3. Boa boa! Assim vamos trocando notícias ! Bjs

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  4. Parabéns Su, está muito giro o blog :)
    Muita força para a tua descoberta, que seja cheia de coisas boas!

    Beijinho

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