quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Um Pueblo chamado Lisboa

Eu gosto muito de Lisboa. Com as calçadas desiguais, as ruelas de Alfama e Madragoa, o cheiro a rio e a mar, os eléctricos amarelos e os telhados cor-de-rosa e laranja. E ainda gosto mais quando, por estar longe, até as coisas menos boas se afiguram já (quase) perfeitamente aceitáveis. Os buracos nas ruas da Baixa, os sinais mal colocados e até a EMEL (OK, ninguém gosta de pagar estacionamento; mas confessem, conferiu alguma ordem à cidade).

Carinhosamente, e depois de viver em Madrid, passei a chamar a minha cidade de "pueblo". Por um lado, confesso que porque me senti um pouco provinciana por achar que Madrid não iria ser muito diferente de Lisboa, quando é totalmente diferente. Madrid não cheira a rio nem a mar e a calçada é muito mais nivelada, mas nas suas ruas ainda ecoa Cervantes (ao passo que, infelizmente, no centro de Lisboa já quase não restam testemunhos de antes de 1755), convivendo a meras estações de metropolitano com edifícios altíssimos do Paseo de la Castellana. Por outro lado, muitos amigos e colegas que trabalham na capital espanhola apelidam carinhosamente as suas vilas e cidades de "pueblo". E, com efeito, falamos de locais quase rurais muitas vezes. Não obstante, talvez porque se diz noutra língua que não a de Camões, por ser meramente bonita ou pela distanciação face à minha língua, chamar à minha cidade de "pueblo" tem qualquer coisa!

Embora os meus dotes fotográficos estejam muito aquém do que eu gostaria, e estabelecendo uma quase-promessa de que me irei esforçar mais em posts futuros, partilho algumas das imagens desta visita fugaz a Lisboa, cidade das sete colinas e, agora, o "meu pueblo".

  
(Por AB)



(Por AB)

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