Madrid é uma cidade grande e cheia de museus, praças, jardins e palácios para visitar. Todos sabemos e os guias também.
No entanto, há pequenos segredos mais ou menos bem guardados e que eu tenho a sorte de ir descobrindo e revisitando. Tantas vezes quanto quero.
Hoje falar-vos-ei do Jardim do Capricho, um jardim oitocentista a nordeste de Madrid.
Origem
Em 1783 os Duques de Osuna compraram uma quinta, situada na vila de Alameda, e no ano seguinte Pablo Boutelou, um dos melhores jardineiros da corte, apresentou um projecto para a ordenação do denominado Jardim Baixo, que por essas datas era o eixo principal da quinta.
Arquitectura
Três anos depois, a condessa contratou Jean-Baptiste de Mulot com a condição de não trabalhar para outras casas do país. Mulot vinha da corte de Maria Antonieta e conhecia perfeitamente o Petit Trianon de Versalles. Para a duquesa idealizou um projecto paisagista de estilo inglês cujos traços gerais realizou durante a sua estadia em Espanha assim como o começo das obras de Albejero e do santuário. Quando este se foi em 1795 a Alameda ficou a cargo do jardineiro francês Pierre Prevost e do pintor e cenógrafo italiano Angel Maria Tadey. Entre 1792 e 1796 foram levadas a cabo obras no palácio ficando dita construção a cargo dos arquitectos Manuel Machuca Vargas e Mateo Mediana sucessivamente. Em 1807 a invasão francesa obrigou a duquesa a mudar-se para Cádis. Com o regresso ao trono de Fernando VII, a duquesa recuperou o seu capricho e em 1815 ordenou a construção do Casino de Baile seguindo o projecto do arquitecto António López Aguado.
Marco cultural
Após a morte da duquesa, o seu neto encomendou a este arquitecto a realização de dois monumentos, um em memória à duquesa, “Exedra de la Plaza de los Emperadores”, e o outro em memória do duque, “La Isla de Lago”
Até ser adquirida pela Câmara Municipal de Madrid em 1974, a quinta de “La Alameda de Osuna” passou por diferentes proprietários e em 1985 foi declarada Património de Interesse Cultural, factor que tem sido fundamental na recuperação e restauração integral deste conjunto que representa o mais original e consumado exemplo de vila suburbana do século XVIII em Espanha, para além de ser um dos poucos exemplos de jardim paisagista que existe hoje em dia em Espanha.
Visitei o jardim no domingo passado e aproveitei para praticar fotografia, algo que já não fazia há algum tempo. Por preguiça, por medo de nuna aprender a fazer bem e porque tinha deixado o carregador em Lisboa (muito bom!).
Deixo-vos alguns testemunhos da visita:
Casita que fica logo na entrada, à esquerda |
Um pequeno lago cheio de patinhos. Dica: tragam pão e os miúdos! |
Um desses patinhos. Um cisne negro! |
E as flores lindas! |
Uma fonte com um "Pumba" |
O lago de outra perspectiva |
E a ponte desse lago |
E a "casinha" dos patos |
E mais flores |
Um Templete meio perdido |
E umas esfinges |
(se alguém quiser utilizar as minhas fotografias, tenho muito gosto. MAS, por favor incluam o autor. EU!)
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